Artilheiro do século, Renato fica 'bobo' com marca e não se vê fora do Fla
Aos 34 anos, meia tem 70 gols pelo Rubro-Negro, persegue o ídolo Júnior e planeja títulos: ‘Quero entrar no Maracanã com a camisa do Fla e ser campeão’
- Eu fico besta. Até eu fico bobo. Nunca vi isso. Fiquei pensando: “Caramba, marquei 70 gols pelo Flamengo. Tem noção?”. Não sou atacante. Vários jogadores passaram por aqui, vários de altíssimo nível e que jogaram muitos jogos e não fizeram isso. Cheguei no clube como segundo volante e dificilmente jogava como meia. Aí, vêm esses 70 gols. Caramba, como que pode?
- Não me vejo em outro clube porque criei uma identificação muito grande, muito forte. Não sei nem como falar.
A relação com o Flamengo e com os torcedores foi um dos temas centrais do bate-papo. O meia diz que não consegue dimensionar a importância que tem para o clube, mas não tem dúvidas de que chegou mais longe do que imaginava.
- É muito maior, é muito grande. Quando cheguei ao Flamengo, meu objetivo era vestir a camisa com o maior orgulho e carinho. Lembro que na primeira entrevista disse que eu não podia prometer títulos, mas que prometia vontade de vencer o tempo todo, brigar pela vitória, e isso não ia faltar nunca. É algo que trago comigo até hoje.
Confira os principais trechos da entrevista:
Em uma autoanálise, como você se vê hoje dentro do Flamengo? Tem noção da sua importância no clube?
Não tenho. Não sei qual minha grandeza no clube, não. As pessoas falam, amigos, até mesmo jornalistas, dizem que eu não sei a dimensão da minha importância, que minha identificação é muito grande e talvez eu não veja. Sei que tenho um respeito muito grande, um carinho de todos os funcionários, seguranças, roupeiros, gente que trabalha lá dentro. E quem vem de fora vem com um certo respeito também por isso, por escutar muita coisa. Meu pai sempre me ensinou a respeitar as pessoas, a falar “sim, senhor”, e eu levo isso para o meu dia a dia. Mistura o respeito, a alegria, e respeitam um pouco mais. Mas minha dimensão para o clube? Isso eu não sei.
O que chega até você no dia a dia, andando pelas ruas?
Agora mesmo, ali na portaria, eu fui andando em direção ao porteiro e ele falou: “Poxa, por isso que todo mundo te respeita mesmo. Você é grande”. Fiquei até meio sem graça. Na maioria das vezes, saio com minha família para ir ao shopping ou teatro e sempre ficam as pessoas em dúvida. Passam, cochicham um com o outro, chegam para falar. Dias atrás, estava no semáforo e um guardinha de trânsito chegou já falando “E aí, Renato, tudo bem?”. É engraçado. Sou tímido fora de campo e procuro ficar mais reservado. Muita gente pede autógrafo, pede para tirar foto, e minhas filhas e esposa já sabem e elas batem a foto. É algo que faz parte, é comum, é normal. Aqui no Rio, o torcedor é bem apaixonado.
Apesar de não saber dimensionar, você diria que o que já conquistou é maior do que imaginou um dia? Você lembra o que projetou quando vestiu a camisa do Flamengo pela primeira vez?
É muito maior, é muito grande. Não tinha esse projeto na minha vida, de jogar em time grande como Flamengo e Corinthians. Jogava futebol porque era um apaixonado. Meu pai sempre me levava para os campos. Depois, fui para times fazer testes, passei, e cria-se a expectativa, o sonho. Mas era um sonho de ser um jogador comum, que ia traçar uma trajetória sem muitas coisas no futebol. Vamos sonhando, acreditando, e lembro que não queria sair para um time grande quando fui do Guarani para o Corinthians. É muita pressão e tal, mas vai da personalidade de cada um. Eu falei: “Vou”. Fiz um pouquinho de sucesso no Corinthians, que tinha um time muito forte. Quando cheguei ao Flamengo, meu objetivo era vestir a camisa com o maior orgulho e carinho. Lembro que na primeira entrevista disse que eu não podia prometer títulos, mas que prometia vontade de vencer o tempo todo, brigar pela vitória, e isso não ia faltar nunca. É algo que trago comigo até hoje. É a marca registrada, se empenhar ao máximo, sem medir esforços.
Apesar de ter tido algum destaque no Corinthians, no Flamengo você atingiu outro patamar, era a principal figura do time em alguns momentos...
No Corinthians foi engraçado, porque as oportunidades eram poucas, mas eu me sentia muito importante. Entrava em todos os jogos. Lembro que na época do Parreira, em 2002, a torcida me pedia em todos os jogos. Não era um grande jogador, mas era um banco de luxo. Na minha posição, existia o Ricardinho em grande fase. No Flamengo, foi bem melhor para mim. Deixei de ser coadjuvante para ser o jogador principal. Em 2005, foi dessa forma. Mesmo com a nossa quase queda no Brasileiro, tive um destaque e renovei o contrato. Fui artilheiro do time em 2005, 2006, 2007 até a saída. Sobre identificação, se o jogador tiver personalidade, ele se identifica em qualquer lugar. Para uns, é sempre diferente jogar em um time com maior pressão. No meu caso, sempre tive a personalidade de jogar e não fugir de qualquer tipo de batalha. Não me omito em nenhum momento. A identificação é construída dentro do clube, e foi isso que consegui. Quando cheguei, lembro que muitos não me conheciam, achavam que ia ser mais um, e fui crescendo. Hoje, a identificação é bem forte.
Lidar com esse protagonismo foi fácil?
Não foi fácil. Eu nunca fui de ser artilheiro, de fazer gols. Era mais de dar passes, fazer belas jogadas, dar assistências... No começo da carreira, era meia-atacante. Não tinha aquela gana de artilheiro, mas em 2006 foi diferente. Ali eu me imaginei como um protagonista no Flamengo. Naquela época, tínhamos Obina, Luizão, Renato Augusto, mas fui o artilheiro do time na Copa do Brasil. Aquilo construiu dentro de mim o sentimento de saber fazer gol. Tenho qualidade no chute de fora da área, na falta... Consegui marcar em alguns jogos e a própria torcida, a todo momento que surgia falta ou pênalti, gritava meu nome. Isso fortaleceu em 2006 e 2007. Na volta, senti um pouco por ter sido diferente. Fiquei três anos fora (no Oriente Médio) e, no primeiro momento, o torcedor já queria que eu fizesse o que fazia antes. Deixei muito claro na época que a situação era distinta. O Renato de 2005, 2007, é outro, não com o mesmo vigor físico, mas que sabe fazer grandes jogadas e gols. Cobraram tanto e eu pensava: “Só preciso estar bem condicionado”. Até que em um Fla-Flu fiz um gol de falta, desabei no chão, chorei... Era algo que eu estava buscando para o torcedor não deixar de acreditar em mim. Hoje, não tenho o mesmo vigor, mas sigo fazendo o que sei, tenho vontade de jogar, ganhar o jogo, fazer gols, dar passes....
Você diria que essa identificação é uma mistura da entrega, dos gols, mas muito também da comemoração com a máscara de urubu?
Vai ter volta esse ano?
Aconteceu uma coisa que eu fiquei muito triste. As pessoas se preocupam com muita besteira. Era uma coisa que não fazia nada a ninguém, não era protesto, nada. Era só uma coisa divertida para o torcedor, mas foi proibida a comemoração.
Preciso dar uma tratada nela, está guardada. Quando eu saí, em 2007, deixei com meu assessor para doar ao museu do clube. Marcar em um clube como o Flamengo é difícil para caramba, mas quando lembrarem de um jogador que imitava o urubu em campo, essa é a marca que quero ter. Infelizmente, não posso usar mais. Mas em 2011, na final do Carioca, deixei duas máscaras com o fotógrafo do clube atrás do gol. Se eu marcasse, ia usar. Ia tomar amarelo, mas ia usar.
Queria que você lembrasse dessa sua saída de 2007. Lembro que na despedida você chorou na Gávea...
Chorei muito. Despedida é muito triste. Ainda mais quando se cria um laço de amizade forte no clube. E não só com jogadores, mas todas as partes. Roupeiro, massagista, dirigente, torcedor... Deixei uma marca importante. Fiquei feliz porque todos também sentiram. Quando somos queridos, acabamos retribuindo de alguma forma. Além de deixar o país, o clube, deixei vários amigos. Lembro que uns três jogos antes de sair para o Emirados eu tive uma proposta do Bordeaux, mas ninguém sabia. Um repórter até comentou e eu respondi que não sabia de nada. No jogo seguinte, contra o Grêmio, o time estava muito mal e a torcida, não sei se estavam revoltados porque eu ia deixar o Flamengo, pegava no meu pé. Eu pegava na bola e me vaiavam. Em campo, eu não estava entendendo. Pensava que era por causa da notícia. No fim do jogo, aos 46, tabelei com o Léo e ele lançou para mim. Fui na bola já desacreditado. Estava mortinho, cansado, e fui na bola só para conferir. No que eu fui, o goleiro foi tentar cortar, virei o rosto e quando vi a bola subiu bem na minha frente. Deixei quicar e só empurrei para o gol. Foi um momento de desabafo total. Fui andando para torcida revoltado, o Léo até me deu um tapa, e fiz assim (coloca a mão fechada sobre o lado esquerdo do peito). Tenho essa tatuagem (na mão, que diz “Minha família, minha vida”) e pensei: “Isso aqui é minha família, não estou entendendo o motivo da vaia”. Acabamos vencendo e logo depois eu fui embora.
Por falar em torcida, em 2011 o Ronaldinho ia comemorar um gol contra o Atlético-MG colocando o dedo na boca, pedindo silêncio, e você impediu. Como foi isso? Sua atitude foi de quem conhece a torcida do Flamengo?
Nós que estamos há mais tempo no clube conhecemos a maneira da torcida. Tudo que você faz a favor, um dia pode virar contra. Tudo que você faz de bom em um jogo pode virar contra se tiver uma atitude diferente. Lembro que ali ele fez um gol e a torcida pegava muito no pé dele há alguns jogos. Não tinha aquele laço de amizade tão forte com o Ronaldinho, mas é um cara totalmente do bem, superamigo, gente boa. No vestiário, falávamos que ele que faria a diferença. Nesse jogo, ele fez o gol e ia fazer algum gesto. Na hora, eu abracei, peguei pela cabeça e falei: “Não faz nada porque você é grande”. Por ser mais velho no Flamengo, acho que ele escutou. O carinho dele pelo clube também era grande. É algo momentâneo. Muitos jogadores fizeram isso, esse tipo de comemoração. São coisas de segundos. O torcedor está revoltado lá em cima e nós, às vezes, nos revoltamos também pela derrota e pela luta em campo. Na maioria das vezes, tentamos acertar. Somos seres humanos. É normal.
Já falamos muito em identificação, saída e volta ao Flamengo. Você atualmente se vê em outro clube?
Não. Não me vejo. Não me vejo em outro clube porque criei uma identificação muito grande, muito forte. Não sei nem como falar. Tenho um dia a dia no clube, olho as categorias de base, os funcionários, procuro falar uma coisa ou outra. Nunca me vi fora do Flamengo. Claro que não sabemos do futuro, mas não penso em sair do Flamengo. Só se me tirarem. O laço é forte. Minhas filhas eu nem preciso fazer força para falar que torcem. Quero viver aqui muitos e muitos anos ainda. Não sei quanto tempo ainda vou jogar. Talvez dois, três anos...
Você pensa em seguir no clube em outro cargo?
Pretendo. É uma coisa que eu sonho. Não sei o que vou fazer, sinceramente. Vivo 24 horas o futebol. Após deixar de ser jogador, quero algo no meio, sim. Não sei se técnico, dirigente, técnico de base, empresário... Enfim, vou ser alguma coisa.
Você chegou em 2005 ainda sem te conhecerem muito, conquistou a torcida e depois saiu meio que com um pouco de mágoa da parte dela. Depois, volta em 2010 tendo que dar certo, o time está mal. Em 2011, supertime e título invicto. Já 2012, não dá certo e a equipe não vai bem, problema no coração. Agora, um tempo no banco e depois de novo titular. Como é se acostumar com essa oscilação?
Independentemente de qualquer situação, jogando ou não, time bem ou não, nunca deixei de dar 100% no meu trabalho. Principalmente dentro de campo. Essa história de oscilação é engraçada nessa segunda passagem. Em 2010, o time vinha bem e eu tinha proposta para voltar, mas tinha uma parada para a Copa do Mundo. Só ia me apresentar depois do Mundial e nesse período o time lá de fora estava de férias, que era de dois meses e pouco. Foi quando me apresentei. O time começou a ir mal e eu não vinha treinando em Dubai. Com dois meses e meio parado, o Rogério (Lourenço) me convocou e disse: “Você treinou só uma semana, mas eu preciso que você me ajude”. Respondi que não estava bem, mas podia contar comigo. Não ia me acovardar. Entrei no jogo, estava morto de cansado, mas acabei nos altos e baixos. Comecei a não ir bem e a torcida cobrava. Nunca corri disso. Até que fiz um gol contra o Guarani que foi decisivo (para eliminar o risco de rebaixamento). O Luxemburgo até me chamou no vestiário e falou: “Assume essa responsabilidade. Hoje é com você”. Falei: “Deixa comigo, professor”.
O ano passado também foi de dificuldade...
Depois de 2011 de sucesso, veio 2012. Veio com o problema no coração, lesão no joelho, depois banco de reservas, o que era difícil de acontecer na minha carreira. Venho jogando de titular desde 2004. Na primeira vez que fiquei no banco no ano passado, fiquei meio assim, na segunda também, depois pensei que não era melhor que ninguém e devia respeitar o treinador. Ficava chateado algumas horas, mas pensava que tinha que provar para os outros que tinha condição. Morria em campo. Me entregava ao máximo no treinamento, faltas, pênalti, passe...
Nesses mais de seis anos, somando as duas passagens, qual ponto você apontaria como o melhor momento?
O melhor momento foi o título da Copa do Brasil, sem dúvidas. Foi o que mais gostei. Vínhamos de um 2005 de porrada, com um bom tempo na zona de rebaixamento, quase caindo, e conseguimos salvar. Entramos em 2006 com o mesmo pensamento, fomos mal no Carioca, quase caímos também. Não tínhamos nenhuma estrela no elenco, ninguém fora do comum. Aquela referência para dar a bola e decidir. Marcou porque eu chamei muito a responsabilidade ao lado do Jônatas. Fiz gols. O jogo mais importante foi contra o Ipatinga, no Maracanã (pela Copa do Brasil de 2006). Eu e Jônatas conversamos em campo e falamos: “É hora da gente assumir a responsabilidade de vez”. Logo depois, ele me deu um passe, me achou no meio da zaga, e de primeira fiz o gol. Ajoelhei e o procurei de tudo quanto é lado para abraçá-lo, dizer que o amava e tudo que tínhamos planejado estava acontecendo. Foi de uma importância muito grande esse título. O clube tinha perdido duas finais, em 2003 e 2004.
E o momento mais triste?
Contra o Defensor doeu muito, marcou muito (Libertadores 2007). Parecia que eu estava em outro mundo naquele jogo. Corria para tudo quanto é lado do campo, igual a um maluco, alucinado. Como diz o Jorginho, estava com sangue nos olhos. Perdemos no Uruguai por 3 a 0 e na volta fizemos dois gols rápido, o segundo no comecinho do segundo tempo. Fiz os gols e a torcida empurrou. O Maracanã estava muito, muito cheio. O torcedor aplaudindo, a gente correndo muito, teve até um pênalti no Paulo Sérgio não marcado no fim. Foi uma tristeza. Desabamos em campo. Ao mesmo tempo, tinha a felicidade pelo reconhecimento. Até hoje, falam para mim daquele gol. Foi um jogo de tirar o chapéu. Os caras (adversários) em campo ficavam espantados. Lembro que o capitão veio falar comigo e comecei a gritar, ele se assustou. Foi marcante e muito triste. Perder o Fla-Flu dos 100 anos (em 2012) também nos chateou muito.
Você é o artilheiro do século do Flamengo. Um cara que já foi volante, meia, usado na lateral... Como encarar um marca tão expressiva, com 70 gols (39º da lista de goleadores na história)?
Eu fico besta. Até eu fico bobo. Nunca vi isso. Fiquei pensando: “Caramba, marquei 70 gols pelo Flamengo. Tem noção?”. Não sou atacante. Vários jogadores passaram por aqui, vários de altíssimo nível e que jogaram muitos jogos e não fizeram isso. Cheguei no clube como segundo volante e dificilmente jogava como meia. Aí, vêm esses 70 gols. Caramba, como que pode? O menino que trabalha comigo mandou a relação dos artilheiros. Vi que estava atrás do Pet e pensei: “Cara, vou chegar nele”. Virou uma meta. Cheguei acho que até na despedida dele mesmo. Fiquei satisfeitíssimo, mas fui ver a relação: Renato Gaúcho. Falei: “Vou chegar nele”. Um cara que foi atacante, consagrado. Cheguei no jogo contra o Olaria. Aí olhei e vi o Batuta em cima. Eu vou chegar. Criei esse objetivo, uma meta a bater. Não tenho nada de vaidade, de chegar num jogo e querer fazer gol a todo momento, mas é uma meta pessoal. Se eu puder bater, vou bater. Agora, estou olhando aqui, minha meta é chegar no Júnior (77 gols, o 34º da lista).
Chegar a 100 gols é uma meta também?
Tem um amigo meu que mora lá na Indonésia que ele fala que quer que eu faça 16 gols por ano. Não é fácil, não (risos). Aqui a gente concorre com um monte de gente. Mas esse objetivo, se eu tiver a oportunidade para poder chegar até ele, faltam 30 gols, é muita coisa. Mas eu vou tentar. O objetivo maior é sempre ganhar o título, só que tenho outras metas pessoais.
Quais são as outras?
Eu não sei se vai ser possível. Será? Não vai abrir esse ano. Será? Tomara a Deus chegar à final. Vou ganhar a Copa do Brasil jogando no Maracanã. Se Deus quiser. Sonho entrar dentro do Maracanã e ser campeão pelo Flamengo. Esse é um objetivo que também tenho. Quero entrar no Maracanã com a camisa do Flamengo e ser campeão de novo no Maracanã. Fui campeão duas vezes e vocês sabem que o Maracanã, talvez hoje não, mas antigamente você entrava no Maracanã e ficava bobo. A primeira vez que joguei no Maracanã, foi a minha estreia no Guarani, pela Copa do Brasil, contra o Flamengo, em 2001. Viemos para o Maracanã e empatamos por 3 a 3. Fiz dois gols nesse jogo. Só que nesse jogo entrei no túnel, estava a torcida do Flamengo e fui direto, não olhei para lugar nenhum. Fui para dentro do campo e não olhei de jeito algum para a arquibancada. Só na hora do gol. Fiquei com medo de me assutar. Já ouvi história de Maracanã com 120 mil. Já joguei com 68 mil. Gente demais. A final contra o Vasco, em 2006, foi uma coisa imensa. Meu sonho é chegar lá de novo.
E quais são os gols preferidos?
Os dois contra o Defensor, em 2007, foram lindos. O segundo foi obra-prima, lindo chute. Contra o Fluminense, em 2010, foi uma coisa muito forte. Tem um que todo mundo vibra, fico olhando a trajetória da bola, que é um gol contra o São Caetano, 2 a 2. O gol contra o Ipatinga foi muito importante. Tem o gol da despedida da despedida do Pet, que foi quase do mesmo lugar que ele bateu contra o Vasco (em 2001). Deveria cair para trás e comemorar como ele. Os gols de falta foram quase todos muito bonitos.
E o que esperar do Flamengo esse ano?
Muitos esperam que o Flamegno, com a chegada de um novo patrocinador, da nova diretoria, tudo vai mudar e tudo vai ser mil maravilhsas. Acho que não é bem por aí. Vai ser mil maravilhas se a gente fizer por onde e a casa estiver arrumada. Não falo em relação a salário e a jogos, mas à cabeça de cada um dentro do clube, dos objetivos. O Flamegno é muito grande, muita coisa boa por vir. Esse ano, nosso primeiro objetivo é a Copa do Brasil, um campeonato que a gente tem o objetivo de ganhar. É o mais curto para chegar na Libertadores. O ano vai ser bem difícil, a cobrança vai existir a todo momento, a cada deslize que tivermos. Isso é natural do clube, que o clube sempre carregou. São 40 milhões de torcedores. Ao mesmo tempo temos que saber que estamos vestindo a camisa do Flamengo. Esse foi o clube que a gente escolheu para defender.
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